INCLUSÃO
DA AUTONOMIA, ÉTICA E DEMOCRACIA NA CARTA DE PRINCÍPIOS DO PIÁ
Janete
Menezes Rodrigues
AUTONOMIA – A capacidade de se autogerir, de discutir,
refletir e ditar regras. (a ética está implícita neste contexto, que parte de uma conduta e a discute com seus
semelhantes) Regras criadas com liberdade para serem mudadas sempre que se
fizer necessário, isto faz com que o desejo de participação na criação e
elaboração das mesmas, aumente cada vez mais, fazendo com que o sujeito tome
para si a responsabilidade de continuar construindo e aperfeiçoando estas
regras.
A partir
desta definição será construído o pensamento que defende a autonomia, a ética e
o processo democrático como parte dos Princípios do PIÁ. Na constituição deste
princípio estão inseridos o processo democrático e a ética para que a autonomia
floresça. Para tanto é preciso antes de mais nada apresentar o Programa, sua estrutura de funcionamento e pedagógica. A
partir daí vamos apontando os aspectos onde a autonomia, a ética e o processo
democrático aparecem.
O
Programa de Iniciação Artística – PIÁ nasce trazendo novos preceitos para o
trabalho de artes com crianças. Primeiro ter artistas-educadores de linguagens
artísticas diferentes em sua estrutura, que trabalham em dupla, segundo atuar principalmente em regiões periféricas
da cidade de São Paulo, terceiro de atender um número reduzido de
crianças por turma entre 15 a 20 participantes e quarto de trabalhar com um tempo estendido,
de duas (5 a 7 anos) a três horas (8 a 10 anos) por encontro. Essas
características fazem dele um Programa atípico, que se reinventa a todo
instante, que esta sempre refletindo o seu fazer; isto se torna necessário
porque não tem modelos a seguir.
Apesar
de ser fruto do pensamento da Secretaria da Cultura e da Secretaria da Educação
juntamente com a EMIA – Escola Municipal de Iniciação Artística, foi
construindo sua prática a partir de pesquisas e reflexões dos
Artistas-Educadores fazedores do Programa.
O PIÁ não segue nenhum padrão institucional, dado
seu ineditismo precisa criar suas próprias formas de gerir seu trabalho, além do seu
pensamento pedagógico.
Trata-se de um Programa inovador também
na estrutura de funcionamento, não tem um único lugar como sede, os Profissionais se deslocam até os
Equipamentos indicados pela Secretaria de Cultura, onde permanecem até o final
do contrato de prestação de serviços.
Devido a estrutura de funcionamento que
será explicada em breve e a proposta artístico-pedagógica de promover
experimentos artísticos com e para crianças, entende-se que a autonomia do artista e da equipe está inserida no
Programa tanto no aspecto funcional quanto pedagógico. Parece ingênuo falar em
autonomia em um Programa Público, mas é preciso que se compreenda como a
autonomia está presente no cotidiano do Piá.
A AUTONOMIA, A ÉTICA E O PROCESSO DEMOCRÁTICO
NA ESTRUTURA DE FUNCIONAMENTO
O PIÁ acontece em espaços públicos nas
diversas regiões da cidade de São Paulo, tais como CEUs, Centros Culturais e
Bibliotecas, que chamamos de Equipamento. É o Equipamento que solicita o
Programa, à Secretaria da Cultura. Assim que algumas condições estabelecidas em
edital, são atendidas, forma-se então uma parceria entre a Secretaria e o
Equipamento. Que segue a estrutura de funcionamento que será descrita a seguir.
Em cada lugar atuam 4
artistas-educadores de linguagens artísticas diferentes, que fazem a mediação
entre crianças, equipamento, familiares e comunidade, dentre eles há um
Coordenador que além destas mediações promove a integração e a parceria da
equipe, bem como encaminha todos os conteúdos relativos aos instrumentais de
planejamento e avaliação de atividades, sempre que solicitado pela Secretaria.
Cada artista educador atua em 4 turmas,
em média duas por dia da semana, num período de 2 a 3 horas cada uma,
dependendo da faixa etária. Normalmente o A.E. esta no Equipamento de 2 a 3 vezes
por semana. Nem sempre o Coordenador de Equipe está presente em todos os dias
de encontro com as crianças, já que este tem duas turmas. As horas em que não
esta em “sala de aula”, são para atender as demandas da Equipe, Ações Externas,
Equipamento e Secretaria.
Além dos encontros com as crianças, há
uma reunião semanal de 4 horas com a equipe, que normalmente são as 6as. feiras,
uma reunião de 3 horas semanal às 5 as.feiras, para os Coordenadores de Equipe
junto com outros Coordenadores de equipe, Regionais e este ano com os
Coordenadores de Formação. Além destas há as reuniões gerais que acontecem às 6
as.feiras agendadas previamente.
Há também o Encontro entre Famílias,
que ocorre de duas a três vezes durante o período de atuação do Programa (que
gira em torno de 7 a 8 meses). Quem define quando, como e onde se dará o
Encontro, é a Equipe.
Para que o Programa aconteça e tenha
alunos é preciso divulgá-lo no entorno, a divulgação também faz parte das
atribuições dos Artistas-Educadores, que podem ou não contar com a colaboração
do Equipamento, isto é articulado a principio pelo Artista-Educador
Coordenador.
As crianças então se inscrevem no
Programa, a organização de Fichas de inscrição e listas de presença, podem ou
não contar com a ajuda do Equipamento, caso isto não aconteça são os A.Es. quem
se responsabilizam pela organização das fichas e listas. A realização das
inscrições normalmente são de responsabilidade do Equipamento.
Quanto ao material, esporadicamente o
Programa/Secretaria oferece algum, na maior parte das vezes os Artistas
Educadores (A.Es.) devem ir em busca
deste, para o trabalho diário. Às vezes os materiais são negociados com o
equipamento ou algum estabelecimento comercial.
Esta é a base de funcionamento do
Programa. Quem decide os dias da semana em que ocorrerão os encontros (aulas)
são o Artista-Educador Coordenador em parceria com o Equipamento, quanto à
forma e onde será feita a divulgação também cabe à Equipe.
Além disso, os Artistas Educadores
devem estar aptos a responderem por toda e qualquer questão relacionadas às
crianças ou ao Programa junto ao equipamento, já que nem sempre o Coordenador
pode estar presente.
Quanto as participações em Eventos
sugeridos pelos Equipamentos é a equipe quem decide a presença ou não do PIÁ.
Diante da apresentação da estrutura de
funcionamento, parece claro o quanto a autonomia faz parte do cotidiano do
Programa, mas é preciso que se esclareça de que autonomia estamos falando,
Vicente Zatti em seu livro - Autonomia
e Educação em Immanuel Kant e Paulo Freire fala sobre a origem da
palavra:
“ Etimologicamente
autonomia significa o poder de dar a si a própria lei, autós (por si mesmo) e nomos (lei). Não se entende este
poder como algo absoluto e ilimitado, também não se entende como sinônimo de
auto-suficiência. Indica uma esfera particular cuja existência é garantida
dentro dos próprios limites que a distinguem do poder dos outros e do poder em
geral, mas apesar de ser distinta, não é incompatível com as outras leis.”
Esta definição se aplica em casos que
acontecem no dia a dia do PIÁ, como os que serão citados. Muitas vezes os
artistas-educadores se vêem em situações onde são obrigados a responder por
coisas que não estão previstas no dia a dia do Programa, como por exemplo, o
caso de um responsável que duvidou da
capacidade dos artistas por serem muito jovens. Neste caso a Equipe resolveu a
questão através da criação de um material de divulgação do Programa, onde
aparecia um mini curriculum dos artistas. Outro exemplo, aceitar ou não
crianças com necessidades especiais, cabe à equipe decidir quanto ao fato desta frequentar ou não os encontros. Em todos esses casos e outros tantos, está
presente a autonomia (ética) dos artistas, que discutem e ponderam o melhor
para todos. As decisões tomadas não vão contra outras regras criada pelo
Programa.
Algumas vezes é preciso uma discussão
mais ampla, então certos fatos, que podem esperar, são levados à reuniões de
Coordenação onde são discutidos, estudados e decididos após reflexão entre os
membros da equipe Coordenadores
Regionais e de Formação. A partir de então os A.Educadores Coordenadores levam
o caso e discutem com o Coordenador do Equipamento.
A criação desta estrutura de funcionamento
se dá a partir de normas gerais criadas por Artistas-Educadores de anos
anteriores e pelos que estão nele atualmente, além da parceria entre os membros
do Equipamento onde o Programa atua. Durante as reuniões discute-se diversas
questões que são colocadas pelos Coordenadores de Equipe e a partir de então
vamos revendo a Estrutura do Programa, tanto de funcionamento, quanto a
pedagógica.
Esta estrutura vem se formando ao longo
de 6 anos de existência do Programa, através de reflexões e pesquisas, em uma
construção que nem sempre se dá de forma harmônica, mas que busca o democrático que segundo Morin “... requer opiniões que se confrontem, ou seja, co-ideologias (pouco
importa a denominação que se dê a isso), o que implica diversidade das
opiniões. A democracia nutre-se de conflitos.... a democracia não tem verdade. Ela respeita as
verdades que se opõem.” (Ética, Cultura e Educação – E.Morin pág.32).
O PIÁ é composto por artistas de
diversas linguagens e bagagens profissionais, o que implica em diversidades de
opiniões que se confrontam, e muitas vezes isto gera conflitos, mas é preciso
que se mantenha o respeito às verdades que se opõem. É preciso antes de mais
nada proteger a diversidade e dar voz a todos, pois a democracia precisa da
participação ativa de todos os artistas para se fortalecer.
É necessário que se entenda melhor como se dá a construção desta
democracia no PIÁ e o porquê da necessidade dela para que o Programa trabalhe em sua máxima potência, já que é a equipe
responsável pelo Piá nos diversos locais da cidade, então se faz necessário que
ela construa as regras, que tome parte das decisões do Programa. Segundo Morin
“ ... em uma administração
compartimentada, cada qual sente-se responsável apenas pelo setor sob sua
jurisdição, tendendo a perder de vista o conjunto e mesmo a função social e
solidária... Tudo isto acarreta uma degradação do sentido de responsabilidade.”
(pág.35)
Como se pode observar, são muitas as
atribuições do Artista Educador/Equipe, para que o PIÁ ocorra no equipamento, e
para tanto é preciso que existam “regras” e estas não podem ser impostas e sim
acordadas de forma democrática entre os
participantes do Programa. E para que o artistas-educadores e a equipe cumpram essas demandas precisam ter autonomia
para administrar relações e questões do dia a dia.
E como fazer para que a autonomia tão
presente no cotidiano do PIÁ seja legitimada?
Segundo Martins, A.M. (Autonomia
e Educação: A Trajetória de um
Conceito):
“
...
atores que convivem em cenários autoritários poderão, apresentar maior grau de
dificuldade em expressar suas opiniões, em criar e mobilizar sua energia física
e emocional para um empreendimento coletivo. ... se a necessidade de
participação é o desejo que move o ator a praticar a ação, o sentido de sua
participação num empreendimento coletivo pode ser altamente positivo.”
Daí o porquê do Artistas-Educadores/Equipe
serem autores destas regras a serem discutidas entre os membros do PIÁ, com
liberdade de questionarem, sugerirem mudanças. É preciso incentivar estas discussões que acontecem no âmbito das
Equipes e muitas vezes nas reuniões de Coordenadores, até chegarem as
negociações com o Equipamento ou a
Secretaria de Cultura, desta forma o Artista-Educador, está efetivamente
exercendo a autonomia e sentindo-se
parte do Programa. Algumas discussões podem inclusive levar os membros do
Programa a reverem a estrutura de funcionamento.
Porém é preciso ética para lidar com a
autonomia e como os membros das equipes precisam decidir coisas do cotidiano,
como por exemplo: aceitar ou não as proposições vindas do Equipamento, as
questões Familiares que surgem no dia a dia, demandas relacionadas ao espaço
físico, o afinamento entre as duplas, se a Equipe não decidir estes assuntos
entre eles com ética o Programa não funciona. Para isto não existem regras gerais
e sim articulações feitas entre os membros da equipe a partir de largas
discussões e ações coletivas.
Em sua tese de mestrado –
“Subjetividades no Pensamento de M.Foucault” Marcio Silva afirma: “ Existe um campo de atuação sobre si mesmo, no qual articulamos nossa
moral com determinadas regras e no qual tentamos nos transformar em sujeitos de
nossa própria conduta. Foucault destaca o papel ativo que cabe ao sujeito na
ação moral”.
Morin fala de uma auto-ética:
“ A auto-ética não nos é dada. Precisamos
construí-la, e eu penso que este problema de construção implica um problema de
educação fundamental, talvez desde o início da escolaridade. Daí resulta o
paradoxo bem conhecido, o de saber quem educará os educadores, que deveriam
educar, não receberam em sua formação o sentido da complexidade do mundo no
qual estamos.”
Tanto a construção democrática, quanto
a autonomia e a ética estão presentes no cotidiano do PIÁ, só precisamos
assumi-las definitivamente. Na pratica
elas aparecem em todas as instancias, tanto na estrutura funcional quanto
pedagógica, só não foram assumidas como Princípios. Recentemente foram formados
grupos de trabalho para se discutir: funções, planejamento, regimento e
comunicação, o que só vem reafirmar o pensamento autônomo, democrático e ético.
AUTONOMIA/ÉTICA
NO ÂMBITO ARTÍSTICO-PEDAGÓGICO
Falar de autonomia no âmbito
pedagógico, sem falar de Paulo Freire é quase impossível, escreveu um livro só
para tratar deste tema, dada a sua importância, nele também aparece a ética,
que deve estar presente no cotidiano daqueles que pretendem trabalhar com
formação, estes dois conceitos parecem
caminhar juntas o tempo todo, portanto ao tratar de autonomia implicitamente
fala-se também de ética, mas não é caso
de aprofundar estes dois conceitos, aqui quando temos um livro inteiro dedicado
aos temas. O que se pretende aqui é abordar a autonomia no processo pedagógico
do PIÁ.
Os encontros com os alunos do PIÁ não
seguem nenhum Curriculum pré-estabelecido, a proposta é promover a experiência
através de processos artísticos e isto já o diferencia de outros Programas ou
Projetos. E para que estes ocorram é preciso antes de mais nada criar entre os
envolvidos um ambiente satisfatório para que a experimentação aconteça.
As crianças/adolescentes são por
natureza propositivos e curiosos, portanto pesquisadores, só precisam de
ambientes onde possam desenvolver estas habilidades, o PIÁ proporciona este espaço,
já que os artistas não se colocam em posições hierárquicas como em uma escola
convencional e isto já é um passo para criação de um ambiente descontraído.
Os artistas-educadores sugerem um
processo criativo e partem junto com as crianças para sua execução, outras
vezes são as crianças que propõem e assim as criações vão se manifestando. Como
todo esse procedimento não é comum, é preciso buscar teorias que respaldem a
forma de trabalho no PIÁ, além do mais é preciso deixar claro que cada
turma desenvolve um processo artístico
único, e isto leva a certo risco, mas a autonomia de cada turma é respeitada dentro do
Programa.
As pesquisas em defesa da autonomia
como principio, não só pedagógico como de funcionamento levaram a autores como Kant e Freire, que vão
de encontro ao modo de pensar a Pedagogia no PIÁ.
Segundo Zatti, Freire afirmava que: “a educação deve levar em conta a experiência
concreta do aluno para que ele possa aprender o mundo, fazer-se consciente de
sua realidade e transformá-la.” As crianças/adolescentes são pessoas com
conhecimento e vivência social não uma tabula rasa/folha de papel em branco, e
carregam todo seu conhecimento ao desenvolver os processos artísticos.
A cada encontro através destes
processos artísticos, aprendem a refletir, sobre o que fazem, como fazem e
porquê fazem, artistas-educadores e crianças/adolescentes estão juntos nesta
pesquisa criativa numa relação de igualdade, e assim vão experimentando as
possibilidades e vivenciando os resultados.
Tanto Freire quanto Kant pensam o homem
como sujeito que pela sua liberdade constrói o mundo e a si. E só pode ser
livre, autônomo, se formado,
espontaneamente dificilmente será. O PIÁ é o lugar propicio para que este
processo de formação, que se dá através da arte, encontre espaço para a
conquista deste ser autônomo. No PIÁ a criança tem espaço para o diálogo, a
reflexão, a escuta, a experimentação e a transformação de forma progressiva.
Finalmente Zatti afirma que tanto em
Kant quanto em Freire há:
“
...um clamor para que o homem abandone sua cômoda situação de menor, que tenha
coragem de se responsabilizar por sua própria história, o que é condição para o
esclarecimento e para a maioridade. A proposta é que o homem saia do estado de
menoridade culpada. A menoridade é um estado de heteronomia, já que é a
incapacidade de fazer uso do entendimento sem a direção de outro.”
A
proposta artístico-pedagógica do PIÁ vê no outro um ser capaz de sugerir
transformações e acatar idéias após
consenso geral, ou ainda incentivar a liberdade criativa, e isto vai
gerando auto-confiança. A arte e as proposições dos artistas dão liberdade para que isto aconteça. Não se pode
esquecer que o PIÁ se propõe a levar “processos artísticos” a lugares onde as
condições sociais são desfavoráveis em todos os níveis e isto já demonstra a
necessidade de transformação local, mesmo que não seja esta a idéia central do
Programa.
Conclusão
Segundo Zatti, Freire “... formulou uma proposta educacional que
procura transformar o educando em sujeito, o que implica na promoção da
autonomia. Seu método propõe uma alfabetização, uma educação, que leve à tomada
de consciência da própria condição social.”
Kant e Freire pensam o homem como
sujeitos livres que constroem a si e ao mundo. Só que a educação para autonomia
de Freire não vê na razão seu principal aliado, mas reconhece a necessidade
dela, sabe dos limites da razão da dupla
face que tanto liberta quanto oprime. Já para Kant a educação que possibilita a
autonomia é a educação racional, para ele o homem não tem instinto precisa se
guiar pelos projetos de sua própria razão. Para que o homem seja autônomo ele
deve ser educado a obedecer os princípios da razão.
O Piá se aproxima mais do pensamento de
Freire, já que em processos artísticos nem sempre a razão esta à frente . E ao
incentivar as crianças a construírem seu próprio trabalho, com liberdade na
criação e reflexão sobre o que estão fazendo esta se estimulando ou formando
cada uma delas para que sejam autônomas e exercitem o processo democrático,
pois o trabalho com processos artísticos tem as próprias
regras de realização, estipuladas no momento em que estão sendo propostos.
Ao pensar em autonomia, ética e democracia
como parte dos princípios do PIÁ pode-se dizer que acredita-se num Ser capaz de
se autogerir, de discutir, refletir e ditar regras, (nisto já está embutido uma
ética e um processo democrático, que parte de uma conduta e a discute com seus
semelhantes) que muitas vezes já foram criadas por ele e que tem consciência e
liberdade para mudá-las sempre que se fizer necessário. Isto faz com que o
desejo de participar da criação e elaboração destas regras aumente cada vez
mais, fazendo com que tome para si a responsabilidade de continuar
construindo/aperfeiçoando o Programa. Diante do exposto parece ficar clara a
importância da autonomia, da ética e da democracia na Carta de Princípio do
PIÁ.
Muitas são as ações para que o Programa
funcione, elas envolvem a participação em questões que vão além do pedagógico, e
sendo a equipe quem gere o PIÁ no local onde ela está atuando, esta precisa
contar com Artistas-Educadores comprometidos com o Programa, que sejam éticos,
que desejam participar de processos democráticos e que sejam autônomos ou
queiram se tornar, pois terão que tomar decisões a todo instante, não terão um currículum
a seguir, tão pouco alguém para comandá-los.
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS:
MARTINS, Ângela Maria. “Autonomia e
Educação:A trajetória de um conceito” - Cadernos de Pesquisa, n. 115, pag. a
207-232, março/ 2002,
MORIN, Edgar. “ Ética, Cultura e
Educação – Editora Cortez – 2011,
SILVA, Marcio. “ Subjetividades no
Pensamento de Michel Foucault” – Tese de Mestrado – PUC – 2001,
ZATTI,
Vicente. “Autonomia e Educação em Immanuel Kant e Paulo Freire” – Editora
ediPUCRS 2007,
FREIRE,
Paulo. “Pedagogia da Autonomia” – Editora Paz e Terra – 2007.
Artigos
Sites:
HUPFFER,
Haide Maria. “ O Princípio da Autonomia na Ética Kantiana e sua Recepção na
Obra Direito e Democracia de Jürgen Habermas”
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