terça-feira, 18 de novembro de 2014

Ensaio Poético

Biblioteca Álvares de Azevedo
Linguagem Artística: Dança
Artista Educadora: Inajá da Conceição


Resumo

           
            Este trabalho ensaio poético elucida acontecimentos dentro e fora do ambiente da biblioteca, descrever o relato que vai além do que nos diz respeito a formalidade dos acontecimento e do acaso. Ele se torna a própria poesia em si. Por fim, esse relato pretende que outros artistas educadores venham á contribuir com o processo de trazer moradores e suas histórias para dentro da biblioteca.
            O ocorrido foi ao longo da elaboração da escrita que teve de ser alterada por completo. Espero que esta contribuição vá para além das grades onde os livros são guardados.


Pequeno início, outro acontecimento.

            Grande espaço com cadeiras na parede, uma por cima da outra... corpos vestidos entregues ao chão... busca relação com a gravidade, o pano grande de cor roxa, dança no espaço entrega para o silêncio conectividade.

            Espaço físico externo da biblioteca e seu entorno: como se fosse um triângulo  grande, gigante é o espaço da rua que forma a praça, são três ruas, três lados e três esquinas. Em cada lado da rua uma história. Numa mesma calçada  borracharia, padaria, tapeçaria e cortiço. Do outro lado da praça, a calçada à esquerda da rua tem o farol, o bar esquisito e casas.  Na frente da praça, rua principal na calçada enfrente a Biblioteca aliás dentro da praça se encontra a Biblioteca Álvares de Azevedo situada em uma rua principal do bairro da Vila Maria Alta, desde do dia 07 de setembro de 1956. Continuemos na calçada enfrente a praça, temos o farol, a loja de roupa, o ponto de ônibus e o marceneiro.
            Talvez o tempo não seja capaz de contar todas as histórias que ali esteja presente.  Aconteceu que um dia bem ali, atrás da biblioteca dentro da praça onde muitos educandos gostam de estar pois o tamanho que lá está é de tirar o fôlego, são tantas árvores, e seus frutos, os pássaros com seus voos rasantes da pra sentir o vento das asas. Não a medo nem dos pássaros em relação as pessoas que de vezes enquanto vão até a praça e nem por parte destas pessoas que respeitam em parte este habitat, (falta uma educação ambiental).
O que me espirou a escrever sobre este tema que trata da memória do bairro da biblioteca, da praça. Sim, são tantas historias que temos que contar que um livro não bastaria, nem tão pouco este escrito poético.
Bem minha história começa  na goiabeira, escutei um psiu, psiu e  fui presenteada por uma pequena  memória de um japonês.
A mais de quatro anos o Programa de Iniciação Artística PIÁ, esta dentro da biblioteca Álvarez, e por relato anterior outros artistas educadores tentaram fazer contato - até parece extraterrestre -, não se trata disso a questão é que a pessoa que estou a contar trabalha dentro de uma porta de garagem toda amontoada de pessoas de carro, ventilador e tapetes/carpetes. Quando olhei na direção da voz que me chamava me surpreendi, de longe não parece ser tão pequeno, mas seu Tapeceiro um homem pequeno de 1,50 metros de altura no máximo. O máximo for ter sido ouvinte desta pessoa que mal pude entender seu nome mais tudo que senti foi um prazer de trocar experiência com um mais velho com todo respeito.  Início do pequeno conto da história do Tapeceiro.
            Na década de 50 aconteceu do outro lado do país a guerra no Japão. Na qual trouxeram milhares de imigrantes refugiados para o Brasil.
            O tapeceiro na ocasião estava longe de saber que seria tapeceiro. Aportando em São Paulo, ele vai direto para o interior do Estado. Lá ele trabalha na lavoura (roça) de algodão, amendoim, e outros ofícios. Está história esta sendo escrita baseada em um encontro de uma hora e meia sobre a história do imigrante japonês aposentado da ARNO que, hoje é ajudante de tapeçaria do filho localizado na parte lateral da rua onde a Biblioteca se encontra.
            Não sei o seu nome, porém pelo que relatei é bastante rígido a sua tradição cultural, pois a forma que fui abordada pelo tapeceiro de forma fria, misteriosa parecia um cochicho de criança que fala um segredo a outra.
Porém, seu desejo era saber o porque daquelas crianças na praça o que elas faziam. O meu interesse era saber de onde vinha aquelas canções bonitas antigas.
Com muita cautela expliquei do que se tratava, e pedi que colocasse a música para eu poder escutar - sempre que ele colocava para trabalhar, se ouvia no auditório onde o PIÁ ocupa para suas vivencias executar-, uma voz suave e forte se escutava ao longe. Tentei compreender de qual cultura se tratava. Me disse ser de Tókio de uma cidade a 8 km da capital. Dados sobre a música folclórica executada na Festa das Cerejeiras em Flor  no parque do Carmo, Zona Leste de São Paulo.
notícias site:
http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/subprefeituras/itaquera/noticias/?p=34312         
            A voz que marcou meu ouvido e dos educandos de encanto e ternura é de sua esposa e dois amigos da família.
Tentei buscar mais fontes, mais foi impossível por conta de sua voz com sotaque quase não nos comunicamos direito, mas o que pude entender e fica a missão para os próximos artistas educadores -AEs, trazer essa pessoa esse senhor que se passa por rude e infeliz, nada mais quer entender o PIÁ pra poder brincar de ser feliz.
            Na minha memória fica o sorriso de criança uma criança envelhecida e a palavra Pondoré que entendi ser o estilo da música que escutei ao longo dos encontros na Biblioteca, infelizmente até este momento não achei o significado.
Se puderem conversa com ele, ir no festival e compartilhar desta experiência será uma forma de dar continuidade a algo que aconteceu pela primeira vez a 4 anos atrás no primeiro contato que não foi sucedido e agora esta a caminho de virar um livro sobre os vizinhos do PIÁ Álvares de Azevedo.
            "Tão pouco seria se a nossa memória não pudesse nos levar a caminhos entre as nuvens"   Inajá da Conceição. 


  



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