Biblioteca Álvares de Azevedo
Linguagem Artística: Dança
Artista Educadora: Inajá da Conceição
Linguagem Artística: Dança
Artista Educadora: Inajá da Conceição
Resumo
Este trabalho ensaio poético elucida
acontecimentos dentro e fora do ambiente da biblioteca, descrever o relato que vai
além do que nos diz respeito a formalidade dos acontecimento e do acaso. Ele se
torna a própria poesia em si. Por
fim, esse relato pretende que outros artistas educadores venham á contribuir
com o processo de trazer moradores e suas histórias para dentro da biblioteca.
O ocorrido foi ao longo da
elaboração da escrita que teve de ser alterada por completo. Espero que esta
contribuição vá para além das grades onde os livros são guardados.
Pequeno início,
outro acontecimento.
Grande espaço com cadeiras na
parede, uma por cima da outra... corpos vestidos entregues ao chão... busca
relação com a gravidade, o pano grande de cor roxa, dança no espaço entrega
para o silêncio conectividade.
Espaço físico externo da biblioteca
e seu entorno: como se fosse um triângulo
grande, gigante é o espaço da rua que forma a praça, são três ruas, três
lados e três esquinas. Em cada lado da rua uma história. Numa mesma
calçada borracharia, padaria, tapeçaria
e cortiço. Do outro lado da praça, a calçada à esquerda da rua tem o farol, o
bar esquisito e casas. Na frente da
praça, rua principal na calçada enfrente a Biblioteca aliás dentro da praça se
encontra a Biblioteca Álvares de Azevedo situada em uma rua principal do bairro
da Vila Maria Alta, desde do dia 07 de setembro de 1956. Continuemos na calçada
enfrente a praça, temos o farol, a loja de roupa, o ponto de ônibus e o
marceneiro.
Talvez o tempo não seja capaz de contar
todas as histórias que ali esteja presente. Aconteceu que um dia bem ali, atrás da
biblioteca dentro da praça onde muitos educandos gostam de estar pois o tamanho
que lá está é de tirar o fôlego, são tantas árvores, e seus frutos, os pássaros
com seus voos rasantes da pra sentir o vento das asas. Não a medo nem dos
pássaros em relação as pessoas que de vezes enquanto vão até a praça e nem por
parte destas pessoas que respeitam em parte este habitat, (falta uma educação
ambiental).
O que me espirou
a escrever sobre este tema que trata da memória do bairro da biblioteca, da
praça. Sim, são tantas historias que temos que contar que um livro não
bastaria, nem tão pouco este escrito poético.
Bem minha
história começa na goiabeira, escutei um
psiu, psiu e fui presenteada por uma
pequena memória de um japonês.
A mais de quatro
anos o Programa de Iniciação Artística PIÁ, esta dentro da biblioteca Álvarez, e
por relato anterior outros artistas educadores tentaram fazer contato - até
parece extraterrestre -, não se trata disso a questão é que a pessoa que estou
a contar trabalha dentro de uma porta de garagem toda amontoada de pessoas de
carro, ventilador e tapetes/carpetes. Quando olhei na direção da voz que me
chamava me surpreendi, de longe não parece ser tão pequeno, mas seu Tapeceiro
um homem pequeno de 1,50 metros de altura no máximo. O máximo for ter sido
ouvinte desta pessoa que mal pude entender seu nome mais tudo que senti foi um
prazer de trocar experiência com um mais velho com todo respeito. Início do pequeno conto da história do
Tapeceiro.
Na década de 50 aconteceu do outro
lado do país a guerra no Japão. Na qual trouxeram milhares de imigrantes
refugiados para o Brasil.
O tapeceiro na ocasião estava longe
de saber que seria tapeceiro. Aportando em São Paulo, ele vai direto para o
interior do Estado. Lá ele trabalha na lavoura (roça) de algodão, amendoim, e
outros ofícios. Está história esta sendo escrita baseada em um encontro de uma
hora e meia sobre a história do imigrante japonês aposentado da ARNO que, hoje
é ajudante de tapeçaria do filho localizado na parte lateral da rua onde a Biblioteca
se encontra.
Não sei o seu nome, porém pelo que
relatei é bastante rígido a sua tradição cultural, pois a forma que fui
abordada pelo tapeceiro de forma fria, misteriosa parecia um cochicho de
criança que fala um segredo a outra.
Porém, seu desejo
era saber o porque daquelas crianças na praça o que elas faziam. O meu
interesse era saber de onde vinha aquelas canções bonitas antigas.
Com muita cautela
expliquei do que se tratava, e pedi que colocasse a música para eu poder
escutar - sempre que ele colocava para trabalhar, se ouvia no auditório onde o
PIÁ ocupa para suas vivencias executar-, uma voz suave e forte se escutava ao
longe. Tentei compreender de qual cultura se tratava. Me disse ser de Tókio de
uma cidade a 8 km da capital. Dados sobre a música folclórica executada na
Festa das Cerejeiras em Flor no parque
do Carmo, Zona Leste de São Paulo.
notícias site:
http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/subprefeituras/itaquera/noticias/?p=34312
A voz que marcou meu ouvido e dos
educandos de encanto e ternura é de sua esposa e dois amigos da família.
Tentei buscar
mais fontes, mais foi impossível por conta de sua voz com sotaque quase não nos
comunicamos direito, mas o que pude entender e fica a missão para os próximos artistas
educadores -AEs, trazer essa pessoa esse senhor que se passa por rude e
infeliz, nada mais quer entender o PIÁ pra poder brincar de ser feliz.
Na minha memória fica o sorriso de
criança uma criança envelhecida e a palavra Pondoré que entendi ser o estilo da
música que escutei ao longo dos encontros na Biblioteca, infelizmente até este
momento não achei o significado.
Se puderem conversa
com ele, ir no festival e compartilhar desta experiência será uma forma de dar
continuidade a algo que aconteceu pela primeira vez a 4 anos atrás no primeiro
contato que não foi sucedido e agora esta a caminho de virar um livro sobre os
vizinhos do PIÁ Álvares de Azevedo.
"Tão pouco seria se a nossa
memória não pudesse nos levar a caminhos entre as nuvens…" Inajá da
Conceição.
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