Escolas
que são gaiolas existem para que os pássaros desaprendam a arte do vôo... Escolas
que são asas não amam pássaros engaiolados. O que elas amam são pássaros em
vôo. Existem para dar aos pássaros coragem para voar...o vôo já nasce dentro
dos pássaros. O vôo não pode ser ensinado. Só pode ser encorajado.”
Os
encontros do PIÁ, nesse ano alinhavaram varias histórias, inspirações,
processos. Transportando-nos para fora da sala, desenhamos novos espaços, conquista
feita pelas parcerias que findamos. Sainda além das fronteiras do Céu, mapeando
as ruas, casas, conhecendo melhor o bairro, nos alimentamos com novas propostas
e ideias, que aos poucos foram se transformando. Sobrevoamos os espaços, interagindo,
sorrindo, brincando, transformando. Cada encontro nos levou a voôs profundos e
intensos, que mesmo que marcados por processos interrompidos e efemeridade desencadearam novas ideias, sobrevoando pelo “CEU” e descobrindo outros
cantinhos, outras fontes de brincar e criar, de “artificarpiá”.
Como teias
que se conectam com seus fios diversos, ganhando novas dimensões, nos
transmutamos e transformamos ao longo desses oito meses, crescendo com as
crianças, aprendendo e ensinando. Vivendo cada dia uma nova rotina, extensões de possibilidades a se explorar. Mesas
e cadeiras, que passaram a resignificar, brinquedos e instrumentos inventados, bexiga
e conduite, também ganhando novas possibilidades. Reciclados transformados com
cores, texturas, formas. Nesse emaranhado de situações e possibilidades as
ideias começaram a estourar feito pipoca...
No início deste
segundo semestre surgiu uma inspiração para um projeto: uma maquete, uma
pequena história que alinhavou uma ideia. Vamos tecer uma grande casa, dentro
do nosso PIÁ? E assim, empolgados artistas e crianças, viramos e reviramos,
transformando paredes retas com tecidos, caixas, reciclados, que aos poucos
foram ganhando nova forma, e perdendo seus antigos significados. Brincando de
quebra cabeça com caixas, que viraram além de paredes, molduras, carros,
brinquedos até um labirinto. Dentro
desta vetende de materiais alternativos, com um processo que acabou, dando
ideia para outro, começamos a compor, inventar, criar fantasias, figurinos,
peças para os pequenos estrearem no nosso grande encerramento, “a lá pia”, com
uma festa a fantasia, onde cada um vai com a roupa que teceu...
Maria Cecília Amaral Pinto
Artista Educadora de Artes Visuais do CEU Tres
Pontes
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