Ensaio
pesquisa ação
Artista
Educador: Pedro Henrique Carneiro de Oliveira
PIA 2015
Escola obrigação PIA escolha
Neste meu
primeiro ano de PIA, o equipamento que entrei foi uma EMEF (Armando
Riguetti). Ao longo de todo processo que
estive na escola, o que me chamava a atenção era a criança e a sua relação com
a escola e tudo que la acontecia. Logo no início do programa, quando fomos divulga-lo,
pude ir percebendo as diferenças de interesse entre as idades, os mais novos se
mostravam muito mais interessados do que os mais velhos, e isso se deu ao longo
de todo programa. Tivemos turmas de adolescente que não se formaram, enquanto
turmas de crianças tinham “fila de espera”. A partir daí comecei a me
questionar, o motivo desse desinteresse por parte dos mais velhos e a
participação enfática dos mais novos, que também seriam os formadores dessas
próximas turmas de adolescentes. Surgiram algumas questões:
O que leva
as crianças a escola?
O que a faz
participar de uma atividade fora do período regular da escola?
Estando
dentro da escola e vivenciando ela nos períodos que estava la como AE, me
perguntava se a estrutura escolar ajuda a criança a querer estar ali, e como ela
pode transformar essa relação de “obrigação”, em prazer. E ainda mais, se
sentir estimulada a participar das atividades extracurriculares.
Segundo Piaget;" O desenvolvimento
resulta de combinações entre aquilo que o organismo traz e as circunstâncias
oferecidas pelo meio.
(PIAGET apud KRAMER, 2000, p.)
(PIAGET apud KRAMER, 2000, p.)
Portanto acredito que um ambiente estimulante para a criança é aquele em
que ela possa se sentir segura e ao mesmo tempo desafiada, onde ela sinta o
prazer de pertencer a aquele ambiente e se identifique com o mesmo e
principalmente um ambiente em que ela possa estabelecer relações entre os
pares. Possibilitar um ambiente que permite que o educador perceba a maneira
como a criança mostra a sua realidade, seus anseios, suas fantasias. Tentar atender as necessidades da criança,
isto é, talvez ela ter acesso mais direto as coisas, desde objetos pessoais
como também brinquedos, materiais pedagógicos, para que o desenvolvimento
ocorra de forma a possibilitar sua autonomia, e sua socialização dentro das
suas singularidades.
Sei que assim é como pensamos dentro
do próprio programa, mas será muito utópico pensarmos uma estrutura parecida
para o sistema escolar? Acho que este é um ponto primordial que faz com que a criança,
na medida em que se desenvolve e começa a criar a sua personalidade e assim
começa a questionar quem ela de fato é, o meio em que está inserida, e se este
meio estimula o seu desenvolvimento como pessoa, e acho que o mais importante,
o que ela vira a ser no futuro.
Acho que o reflexo desse desinteresse
por parte dos adolescentes vem por parte dessa estrutura e pensamento escolar
precário onde não estimula o desenvolvimento de fato e sim quer enquadrar o
jovem nos limites e rigidez das carteiras, professores (matéria dada), paredes
e portas fechadas.
Sei que essa é uma discussão que vai longe e
que também não é um pensamento só meu, até porque admito não ser um estudioso
nessa questão e também não é o meu objetivo como Arte educador. Portanto me
cabe colocar só o que penso em relação a isso, como já disse, do que
desenvolver uma tese. E reafirmar como o programa é importante dentro de uma
escola na medida em que ele dá ferramentas e espaço para a criança se
desenvolver enquanto ser humano, dando uma possibilidade de ele ter uma relação
de pertencimento ao meio que ele está.
Tanto para as turmas cheias dos pequenos,
que vem pelo prazer de se divertir e instintivamente se colocar como um ser
agente. Quanto na tentativa de resgate dos mais velhos que parecem
desacreditados desse ambiente escolar.
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