sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

Ensaio pesquisa ação
Artista Educador: Pedro Henrique Carneiro de Oliveira
PIA 2015

Escola obrigação PIA escolha


Neste meu primeiro ano de PIA, o equipamento que entrei foi uma EMEF (Armando Riguetti).  Ao longo de todo processo que estive na escola, o que me chamava a atenção era a criança e a sua relação com a escola e tudo que la acontecia. Logo no início do programa, quando fomos divulga-lo, pude ir percebendo as diferenças de interesse entre as idades, os mais novos se mostravam muito mais interessados do que os mais velhos, e isso se deu ao longo de todo programa. Tivemos turmas de adolescente que não se formaram, enquanto turmas de crianças tinham “fila de espera”. A partir daí comecei a me questionar, o motivo desse desinteresse por parte dos mais velhos e a participação enfática dos mais novos, que também seriam os formadores dessas próximas turmas de adolescentes. Surgiram algumas questões:
O que leva as crianças a escola?
O que a faz participar de uma atividade fora do período regular da escola?
Estando dentro da escola e vivenciando ela nos períodos que estava la como AE, me perguntava se a estrutura escolar ajuda a criança a querer estar ali, e como ela pode transformar essa relação de “obrigação”, em prazer. E ainda mais, se sentir estimulada a participar das atividades extracurriculares.
Segundo Piaget;" O desenvolvimento resulta de combinações entre aquilo que o organismo traz e as circunstâncias oferecidas pelo meio.
(PIAGET apud KRAMER, 2000, p.)
 
Portanto acredito que um ambiente estimulante para a criança é aquele em que ela possa se sentir segura e ao mesmo tempo desafiada, onde ela sinta o prazer de pertencer a aquele ambiente e se identifique com o mesmo e principalmente um ambiente em que ela possa estabelecer relações entre os pares. Possibilitar um ambiente que permite que o educador perceba a maneira como a criança mostra a sua realidade, seus anseios, suas fantasias.   Tentar atender as necessidades da criança, isto é, talvez ela ter acesso mais direto as coisas, desde objetos pessoais como também brinquedos, materiais pedagógicos, para que o desenvolvimento ocorra de forma a possibilitar sua autonomia, e sua socialização dentro das suas singularidades. 
Sei que assim é como pensamos dentro do próprio programa, mas será muito utópico pensarmos uma estrutura parecida para o sistema escolar? Acho que este é um ponto primordial que faz com que a criança, na medida em que se desenvolve e começa a criar a sua personalidade e assim começa a questionar quem ela de fato é, o meio em que está inserida, e se este meio estimula o seu desenvolvimento como pessoa, e acho que o mais importante, o que ela vira a ser no futuro.
Acho que o reflexo desse desinteresse por parte dos adolescentes vem por parte dessa estrutura e pensamento escolar precário onde não estimula o desenvolvimento de fato e sim quer enquadrar o jovem nos limites e rigidez das carteiras, professores (matéria dada), paredes e portas fechadas.
 Sei que essa é uma discussão que vai longe e que também não é um pensamento só meu, até porque admito não ser um estudioso nessa questão e também não é o meu objetivo como Arte educador. Portanto me cabe colocar só o que penso em relação a isso, como já disse, do que desenvolver uma tese. E reafirmar como o programa é importante dentro de uma escola na medida em que ele dá ferramentas e espaço para a criança se desenvolver enquanto ser humano, dando uma possibilidade de ele ter uma relação de pertencimento ao meio que ele está.

Tanto para as turmas cheias dos pequenos, que vem pelo prazer de se divertir e instintivamente se colocar como um ser agente. Quanto na tentativa de resgate dos mais velhos que parecem desacreditados desse ambiente escolar.

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