No
princípio, tudo é escuridão ou uma folha em
branco a espera de um....
BUUUUUUUUUUUMMMMMMMMMMMMMMMMMMmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmm.............................................................................................
P
i Á
No
Tempo Espaço
O
corpo deslocado no espaço-tempo.
O
estrondo vai sumindo e aparecem novos sons, novas vozes vindas de um
eco não muito distante.
O
escuro permanece como cor de fundo e por cima uma explosão de
cores que conduzem ao imprevisível. Criam-se rastros. Linhas
de diferentes cores começam e se cruzar.
Há
uma tentativa de criar uma teia.
E...
BUUUUUUUUUUUMMMMMMMMMMMMMMMMMMmmmmmmmmmmmm......................
Segunda
explosão. Começa a Formação.
Ambiente
líquido. Corpos puros que flutuam em ambiente preparado.
O
homem volta-se para o seu umbigo. Curva-se sobre ele. Percebe seu
corpo. Torna-se criança novamente.
Busca
a pureza da criação de um novo ser, de um novo homem,
de um novo mundo.
Há
também aqueles que não regridem na memória
coletiva. Neles não há Formação. Eles
gritam Não. Neles há a necessidade de uma nova criança.
Uma transfiguração dessa criança para além
da afeição e cooperação.
Não
há Formas.
BUUUUUUUUUUUMMMMMMMMMMMMMMMMMMmmmmmmmmmmmm......................
O
corpo é deslocado e perde seu significado. Um corpo disforme.
Corpo estranho. Um corpo sem corpo. Sem vida. Sem fala. Sem tempo.
O
corpo aqui parado diante do branco nada diz. Ou diz muito pouco no
movimento do tempo e espaço.
KABUUUUUUUUUUMMMMMMMMMMMMMMMmmmmmmmmmmm...............................
BUUUUUUUUUMMMMMMMMMmmmmmmmm...................................................................
BUUUUUuuuummmmmmmm.................................................................................................
Bum.........................................................................................................................................
E
assim vai. Explosões em série seguidas intuitivamente
pelo artista educador. Explosões que surgem de uma necessidade
vital de tentar se comunicar. Surge de uma motivação e
vontade para iniciar uma obra, de um tema, tentando transmitir a
melhor forma de expressá-lo.
Confesso que é difícil
expressar por meio da palavra aquilo que o corpo já sabe por
intuição. As explosões são intuitivas,
que saem da ideia de uma realidade tentando alcançar uma
forma, que neste momento tento traduzir em forma de texto.
TEMPO
E ESPAÇO NO TERREIRO TERRENO REINO
Eu
olhava. A criança segurando a linha girou que girou o
Baragandão. Girou no espaço, em torno do seu corpo.
Fazia força e careta para girá-lo. E Soltou. No ar fez
um arco-íris com sua calda colorida. “Professor”, meu
baragandão ficou preso lá em cima, disse ele.
Já
se vão alguns anos que essa criança lançou o
brinquedo no ceu. Sempre passo por ele e lembro desse momento. Ele
continua lá pendurado. Arco-Íris que não some.
“As
razões que direcionam nosso interesse para este tema se
relacionam a uma tomada de posição crítica ao
nosso tempo e ao nosso cotidiano, sobretudo, nos espaços
públicos em que nossa ação poética
tangencia algumas vezes interesses divergentes, problemas e
limitações estruturais.” REVISTA PIAPURU 2013, pag 30
“E
agora, quem é que vai tirar aquele negócio lá de
cima?” Disse o NaC, rachando o tempo e espaço com a
realidade que lhe cabe, se referindo ao arco-íris.
Essa
imagem presente da criança e das limitações
estruturais diz muito do que somos PiÁ no “CeU” de
estrelas. Corpos que vivem em determinado território, tentando
criar articulações na medida em vão acontecendo
as coisas entre a cultura infantil, com seu universo próprio,
poético e com as narrativas vindas do entorno de um
equipamento e de dentro dele mesmo, entende-se, via coordenação
de nac.
Pergunto,
como criar articulações convergentes dentro desse
corpo-território com a narrativa de uma Secretaria de Cultura
e Nacs?
Nestes
seis anos em que participei do PiÁ e neste último como coordenador de equipe, a maior dúvida e lacuna que percebo
é de como legitimar o PiÁ nos equipamentos em que ele
atua, Ceus, Casas de Cultura, Bibliotecas, Escolas, de forma que
estes entendam a transitoriedade do Programa, a sua constante
reformulação a cada ano que passa e como os AEs que
acabam de chegar entendam os limites em que cada projeto atua e mesmo dessa forma como se apoderam do Programa, tendo autonomia
para atuar como artista ou educador
Como
ter um discurso mais autônomo dentro de uma multiplicidade de
formas de trabalhar, de pensar, de situações adversas?
Como
trazer e desenvolver o espaço e tempo com a criança? Em
que ambiente iremos atuar sabendo sempre que cada ano estamos com a
sensação de recomeço?
Certa vez olhava a criança entrar na cabine-caixa de papelão. De lá sai com um vestido bem maior que ela, branco. Ela gira, gira, gira, o vestido abre ocupando o espaço. Dá risadas e entorpecida pelo transe-brincadeira cai exausta. Professor, disse ela deitada. O mundo não pára de girar.
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